terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Start / continua...


Muitas pessoas me perguntam o ‘porquê’ de psicologia.
Eu percebi que no decorrer desses dois anos de curso aprendi alguns porquês, refleti outros, e mudei muitos...
Quando você quer entrar na faculdade e para pra refletir o que teoricamente vai ser sua profissão pro resto da vida, é muito importante ter em mente que assim como a vida muda, seus ideais também mudam, suas vontades, metas, seus medos, anseios, enfim, ainda bem que ninguém está livre da mudança, embora muitos acreditem que os dogmas são completamente internalizáveis, não se martirize por mudar sua escolha após determinado tempo de curso, isso pode acontecer, mesmo que você tenha entrado com a maior certeza do mundo.
E falando sobre isso eu descobri um dos inúmeros porquês da escolha pela Psicologia: A mudança dos Homens... Se eu não acreditasse nisso, provavelmente trocaria de curso, não faria o menor sentido olhar para uma pessoa e dizer que ela É de tal maneira, que ela SEMPRE vai ser assim, e que determinada ação deriva de sua personalidade imutável.
Duas palavras que me incomodam profundamente são comodismo e conformismo. Então, busquei nelas um outro grande porquê, ajudar as pessoas a enxergarem que determinadas condições muitas vezes se fortalecem porque estão conformadas e acomodadas, comodismo e conformismo não mudam o que incomoda, apenas acomodam ainda mais a tristeza e suas expansões, e dão uma força maior ao abominável dito popular: “Ta ruim mais ta bom”.
Aí vem outras questões, como escolha da área de atuação, escolha da linha e referencial teórico... Não sei, não estou nem na metade do curso, tenho muito tempo pra escolher, e quanto a linha, psicanálise, behaviorismo, fenomenologia, psicologia analítica, gestalt, enfim, todas, com visões diferentes, são direcionadas ao comum interesse da Psicologia: Buscar entender um pouco melhor o Homem e ajudá-lo com seus conflitos internos e externos, para mim ainda mais do que isso, ajudá-lo com esse entendimento, e tentar mostrar o que se pode mudar a partir dele .
Eu sinceramente acho essas dúvidas muito boas para a minha formação, porque talvez se eu entrasse com um objetivo específico, já com a escolha da área de atuação, não teria interesse em conhecer as tantas opções da minha profissão, e assim como observo em muitas pessoas que já entraram com essas idéias no curso, teria certos preconceitos com as áreas que não fossem de meu interesse, acredito que para escolher, devo conhecer MUITO bem o que vou abrir mão.
Eu ainda poderia citar outros porquês, minha paixão pelas pessoas (sem importância de idade, gênero, sexo, cor), minha vontade de ajudar, minha ansiedade em escutar, mas pra finalizar, um dos maiores porquês: O Respeito pelo outro.
O Respeito por aquele que sofre, mesmo que aquele sofrimento não represente nenhuma intensidade para mim, uma coisa que me marcou muito nesse pouco tempo de curso é que as vezes o mínimo para mim pode ser o máximo para o outro, e que eu não devo tirar nada de uma pessoa, por menor que essa coisa seja, se não tenho o que substituir no lugar, porque ‘o menor’ para mim, talvez seja tudo o que o outro tem.

[Continua, sempre.]

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