quarta-feira, 12 de agosto de 2009

"Não existe alegria eterna, assim como não existe dor eterna."


Viver de nostalgia impede e subestima certas fases que poderiam ser tão boas ou melhores do que as que passaram. Infelizmente, embora muitas vezes tenha pensado o contrário, eu nunca gostei muito de mudar o que era bom. Se era bom, pra que mudar?
O que eu tenho que aprender, é a aceitar que certas coisas passam, certas fases, certas épocas, certas pessoas, certos lugares, certos valores... Passam, simplesmente passam! Assim como aqueles momentos chatos que parecem inacabáveis passam, os momentos bons que imploramos para não terem fim passam da mesma forma!
O problema é que quando uma fase é muito boa, quando as pessoas constituem histórias que serão levadas pra sempre, quando um elo muito forte é criado e tudo isso junta-se a melhor fase da sua vida o desprendimento torna-se muito mais complicado.
Outra coisa difícil de passar, é a imagem que construímos das pessoas que amamos...

O ano de 2008 certamente foi um ano inesquecível, as pessoas que fizeram parte dele também, as histórias, as conquistas, as vitórias, as decepções... Tudo foi de uma intensidade inenarrável!
Mas acontece que assim como o ano se foi, muitas coisas com ele foram também, inclusive o que eu não queria que fosse... O que restou foram opções:
Ou viver de nostalgia prendendo o que uma hora vai ter que passar, ou deixar com que o que tiver que passar passe de uma vez, pra construir “O 2009” sem comparações a anos anteriores ou presunções a anos futuros.

Viver intensamente de presente, nem lamentações do que foi, ou demasiadas expectativas do que será...

segunda-feira, 29 de junho de 2009


Não se pode negar que o medo é uma sensação/emoção necessária, mas um dos picos da atividade humana é a capacidade de abstração. Quanto mais abstrairmos maiores serão as chances de vivenciarmos mais e mais aprendizados. Quando uma criança aprende a abstrair que a palavra “pena” pode ser tanto no sentido de dó, quanto no sentido de leve, e ainda no sentido de pertencer a um pássaro, ela abstraiu, ela ampliou a sua visão de mundo e suas possibilidades.
Agora, por que tanta dificuldade na abstração contextual de MEDO?
Repetindo, o medo é sim muito importante , como por exemplo, o medo de cobra que nos mantém em alerta sobre seu perigo, agora por que tanta dificuldade de abstrair esse medo frente a situações que não o exigem? Por que existe uma generalização tão grande para com o medo?
E ainda nos casos mais graves, por que o medo de ter medo?
Será por que o medo está intimamente ligado a memória? Sendo assim, seria a memória do medo mais aguçada que as demais?
Por que nossa capacidade de abstração é tão aguçada para determinadas situações e para outras não?

Seria a nossa abstração seletiva, tal como muitas vezes ocorre com nossa memória?

Temo que sim.

terça-feira, 31 de março de 2009

RomantISMO?


Quando pensamos hoje em Romantismo, vem-nos à mente algo suave, delicado e ligado ao amor, o que também não deixa de ser verdade. Mas a origem do movimento na Alemanha teve um sentido bem distinto: uma primeira manifestação romântica teve o nome de “Tempestade e ímpeto”, o que já sugere melhor a característica dessa sensibilidade. Trata-se de evidenciar a potência dos impulsos e forças da natureza, em muito superior à da consciência ou do homem como um todo. A valorização da natureza opõe-se, como algo mais original e verdadeiro, à civilização com suas regras, seus métodos e sua etiqueta.
O Romantismo toma os mais diversos aspectos, o que torna muito difícil a sua definição precisa, mas parece que ele regularmente representa uma crítica à modernidade e uma nostalgia de um estado anterior perdido.
Aquilo que na “fundação” da modernidade deve ser excluído do “eu” ou mantido sob o férreo controle do método parece agora invadi-lo. A razão é destronada, o método feito em pedaços e o “eu” racional e metódico é deslocado do centro da subjetividade e tomado agora como uma superfície mais ou menos ilusória que encobre algo profundo e obscuro.

Trecho do livro Psicologia uma (nova) introdução

:)

sábado, 28 de março de 2009

Rés...


No começo do fim, excluíram-se todas as fotografias, mensagens, músicas, tudo que pudesse de alguma maneira relembrar o decorrer da história. Porém, algumas coisas não se apagam tão facilmente, não conseguem simplesmente desaparecer, não existe uma formatação para tudo o que acontece. E com o passar do tempo, as fotos embora excluídas, alojam-se em um espaço da mente, e as mensagens voltam a aparecer como ilusão, acompanhadas daquela música, como se fosse uma crônica narrada com fundo musical.
A nossa mente não permite a desordem, não permite finais atípicos, conversas desnecessárias, brigas vãs... Tudo tem que ter um porquê, todo o fim tem que ter uma série de justificativas, quando isso não acontece, a impressão que se dá é a de que estamos presos a um fio elástico, e que embora andemos e andemos com a esperança de encontrar uma nova possibilidade, a qualquer momento o fio perderá a elasticidade e voltaremos sem nenhum controle a estaca zero, para um recomeço com aquilo que foi subitamente interrompido.
Agora, o que fazer para desamarrar de uma vez por todas esse fio e ainda assim continuar a seguir seguramente, sem aquela vontade de olhar para trás, sem a sensação de algo te impedindo de seguir?