quarta-feira, 6 de agosto de 2008

E de Eu ainda acredito!


Um dia desses, rumo a qualquer lugar, avistei do ônibus um cidadão que atravessava o farol com suas muletas, seu rosto de traços fortes, aparentemente cansados, andando ao lado de outros cidadãos, o que poderia perfeitamente camuflar minha observação; Não fosse o fato de ele vestir uma camiseta de cor verde e de palavra esquecida: Esperança.
Veio-me em mente aquele famosíssimo dito popular “A esperança é a última que morre”, naquele rosto morto, ainda existia algo de muito vivo, tão vivo que é desconhecido pelo mundo morto que as pessoas de baixa positividade criaram.
O que me deixa mais triste é enxergar que as pessoas perderam a esperança para com as outras pessoas, ou ainda pior, para consigo mesmas.
Quando a esperança não existe em nós, é impossível de transferi-la ao mundo ou a nossos sonhos, o verde perde a tonalidade, desbota, assim como o espaço geográfico que habitamos também decai.
As pessoas não conseguem recordar o olhar do bebê, aquele olhar curioso, sem expectativas ou retaguardas, sem munições ou idiotices, somente o olhar do bebê, aquele que tudo espera, tudo crê, que não vê barreiras porque está ali para aprender, aonde nada é tudo, aonde os homens com suas vistas cansadas fizeram o tudo virar mais nada.
O que eu queria mesmo era aprender como existem pessoas que possuem um coração só para que o mesmo bombeie o sangue e não as faça morrer, um coração sem esperança... Como não enxergam que estão mortas se não são capazes de sentir o próprio coração a bater, se não sabem as direções de cada pulsar, e que a única ligação que as tolas pulsadas possuem é com um cérebro que as comanda completamente sem deixar com que seus batimentos se expandam, se libertem...
A esperança se perdeu, assim como incontáveis corações que foram abduzidos pelo mundo do negativismo, onde nada é tão bom a ponto de extinguir o direito de mais e mais lamentações, sem esperança, sem mais.