terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Em um mundo onde tudo é espetáculo...

Que triste tudo isso que aconteceu nos Estados Unidos. Mais triste ainda ver a frequência que isso vem acontecendo por lá e ver que as pessoas estão mais preocupadas em entender o porquê do "psicopata" ter agido desta forma ao invés de olharem também pra todo o contexto de uma sociedade que está vivendo isso (tristemente não pela primeira vez). Agora vem o mais irritante: Saber que amanhã o Fantástico provavelmente vai fazer uma matéria perguntando se as famílias e sobreviventes estão tristes ou coisas absurdamente do tipo, contratando psicólogos/ psiquiatras para levantar hipóteses sobre "o que pode ou não ter levado o 'psicopata' a agir assim." Refiro-me ao fantástico como o bode expiatório de todos os veículos que produzirão coisas nessa linha. Será que isso nesse momento vai acalentar o coração das famílias que perderam seus membros? Será que isso vai acalentar o coração da família do "tal psicopata"? Histórias como essa me chocam e eu gostaria que existisse nesse momento uma palavra básica chamada RESPEITO. RESPEITO pela dor do ser Humano. Gostaria que a dor não fosse mais um número de audiência para uma rede ou um veículo, que essas pessoas pensassem que a dor que eles noticiam, cutucam e depois passam para a matéria seguinte, permanecerá durante muito tempo com essas famílias, diferente da velocidade de informações que se esvaem facilmente na televisão/ etc. Será que é extremamente utópico da minha parte desejar isso, algo tão básico quanto o respeito? Força para essas famílias continuarem, fica o meu respeito e sentimento por todos vocês!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Equipamentos que a madrugada traz...

Pessoas! Transitórias, mutáveis, em constante inconstância... O maior paradoxo existente na face da terra. E a minha maior paixão!
Pro mal ou pro bem, nunca existirá uma fórmula matemática capaz de prever com exatidão coisas relacionadas a um Ser [humano], e ser humano, combinemos que não é tarefa das mais fáceis, que dirá entendê-los. O mais incrível disso tudo, é a particularidade de cada ser, o que torna TODOS os seres 'especiais'.
Eu particularmente sou uma pessoa de fé. E a fé aqui vai além da religiosidade, religião, ou misticismo. A fé é em acreditar nas pessoas. Em acreditar que elas são responsáveis por si, que são capazes de mudar coisas que vistas cansadas podem dar por imutáveis.
Falando em vistas... Como é aquela estória do 'tudo depende do ponto de vista' mesmo? Essa não preciso citar, todos alguma vez na vida já ouviram falar, ou melhor, já sentiram e vivenciaram o atrito que esses diferentes ângulos podem causar.
Por que mesmo eu comecei a escrever esse texto?
Afinal de contas, olha quem está falando se não uma pessoa, se não um ser [humano]!
Embora não seja tão fácil, é mais fácil falar sobre o outro profundamente do que sobre si mesmo, porque a superficialidade é sempre mais confortável, não é necessário o equipamento de mergulho quando se está na superfície. Mas também, não é possível ver o que há de belo no fundo de si sem correr o risco de chegar lá embaixo e perder o 'oxigênio'.
É difícil pra caramba sentar e parar pra pensar o que se tem feito, no que se anda errando, quem anda machucando, quais erros está eternizando, quais coisas não quer mais, quais quer... No mundo de hoje, com tantas informações o tempo inteiro, a impressão que dá, é que pensar sobre isso é perda de tempo.
O que a gente não percebe é que o medo de perder tempo já é perder tempo, porque constantemente o medo paralisa, enquanto o relógio cronológico só anda pra frente, e se quebra ou para, logo logo tratam de concertá-lo, com ou sem a sua permissão, com ou sem ajuste ao seu tempo subjetivo.
As vezes é necessário sim, ter o trabalho de "preparar um equipamento", conferir sua funcionalidade, e lançar-se ao oceano de si mesmo. Passar pela escuridão em momentos em que nem a lanterna do equipamento parece iluminar, passar por predadores que oferecem risco, as vezes sentir que o oxigênio não vai ser suficiente e depois ver que foi, passar por cardumes e se identificar com alguns, deixar outros que embora sejam lindos, não te acrescentam... Porque corremos o risco de ficarmos no raso de nós mesmos, a beira de nós mesmos, sem nos conhecermos verdadeiramente, sem sabermos os nossos potenciais, nossas fraquezas e fortalezas.
Os mergulhos não deveriam ser esporádicos, mas sim constantes. Porque somos constantes inconstâncias, e precisamos a todo momento estar atentos ao que se passa por debaixo da superfície.
Essa divisão só foi ilustrativa, na realidade somos UM TODO. Que fique claro que não me refiro aos dois (superfície e profundidade) como o tal do consciente e o tal do inconsciente. Somos o que sabemos que somos e descrevemos e somos o que não sabemos que somos e ainda não descrevemos, somos um todo e não dicotômicos.
Por isso acho que a vida se torna muito mais interessante quando tentamos nos conhecer por inteiro. Superfície e profundidade.
Que é difícil, é! Mas como dito anteriormente, ser [humano] não é tarefa das mais fáceis... E embora não haja padrão, quase todos nós, no fundo ou na superfície, sabemos disso.