quarta-feira, 13 de julho de 2011

Eu não gostaria de ler mentes

Pois quanto mais conheço o homem, mais me fascino e mais tenho medo!
É a criatura mais paradoxal de que se tem registro...
Mas se eu pudesse ler mentes?
Eu enlouqueceria tentando acompanhar suas frequências.

E hoje é isso. Madrugada. Invejando a lagarta por ter direito a um casulo.
É como se fosse um piano que dependendo do toque pode ser profundamente melancólico, mas possui tons que podem alcançar notas felizes, pode transpassar felicidade. Tentando desesperadamente resgatar as antigas tablaturas, aquelas que ecoavam independência, a doce ilusão de auto-suficiência... Não que as novas tablaturas sejam ruins, NÃO! Mas no momento, são insuficientes para confortar meu coração, no momento aparentam indiferença a meus dedos, como se cada toque ao piano me espetasse, como se cada tecla fugisse de meu musicar. O que dói mais não é o espetar, mas sim a fuga.
Mas o amor (ou seja lá o que esse sentimento seja) faz com que você fique observando o piano, esperando o momento de ele dar um tom para que você deslize por suas infinitas possibilidades de melodia, mesmo que no começo enfrente uma certa "desafinação" até que as músicas voltem ao 'normal'...
Por isso, precisamos treinar tanto, pois quanto mais se sabe sobre um instrumento, menos os erros são permitidos e um toque fora do tom, pode trazer o medo de que ele se feche e se torne intocável para sempre.