domingo, 1 de agosto de 2010

Era...


Era uma vez... Na verdade, era um tempo!
Era um tempo colorido, eram muitas cores, elas se misturavam constantemente, e muito raramente desapareciam... Elas estavam sempre a postos, a vida não as capturava como mais tarde viria a ser.
Mas, como designa a palavra TEMPO, ele foi passando, as cores se intensificavam, mudavam suas tonalidades, expandiam significados, e aos poucos, como óleo em água, passaram a não mesclar com a mesma constância e naturalidade de sempre. Após um tempo, era preciso uma "colher" para poder misturar as cores, e nem sempre essa colher era generosa... Mas isso faz parte da evolução das cores, evoluir nem sempre é indolor, aliás, quase nunca!
Mas o fato é que certas cores, embora separadas, embora colorindo em outros lugares, não precisam se esquecer de onde já pintaram, e mesmo que seus quadros não disponham mais de tempo, ou oportunidades para esse lugar, para a ‘mesclagem’ com outras cores afins, não significa que elas perderam sua essência. Com certeza, quando a "colher" puder ser utilizada ela será... E ao invés de julgar e atribuir porquês de a junção não ser constante, o ideal é aproveitar esses momentos únicos para que quadros lindos sejam formados, agora o que vale não é mais a "quantidade" de quadros, mas sim, o quão lindo pode ser cada um, mesmo que feito de mês em mês, semestre em semestre, ou até mesmo ano em ano... E assim sucessivamente!
É claro que seria lindo se pudéssemos pegar todas as cores que mais gostamos e juntar em um belo balde de tinta... Mas assim como o tempo passa, a "colher" vai exigindo novas prioridades, novas artes... E é completamente injusto tarjar essa "colher" de vilã, vilãs seremos nós cores, se não entendermos que as novas tendências podem ser tão ou mais belas que as anteriores, e que as anteriores não serão esquecidas mesmo com a junção escassa.

O tempo é o tempo, as cores as pessoas que encontramos, e a colher são as oportunidades ou obstáculos que a vida nos impõe.
E a vida é de cada um, cabe viver de cobranças nostálgicas, ou de coragem para encarar que as coisas mudam, que as pessoas devem mudar, e que as mudanças podem ser MUITO positivas além de completamente necessárias.
Ao invés de cobrar a pintura de suas cores favoritas, procure entender o que acontece ao redor delas, procure enxergar os belos tons que elas podem alcançar mesmo longe de você... Julgar uma cor pode desbotar e esgarçar o que de mais bonito existiu nas pinturas compartilhadas. Nobres são as cores que conseguem se dar conta de que o tempo passa, e que não é necessário mudar o gosto por certo tom, se entendermos que ele nem sempre estará perto de nós, e que nem sempre essa distância será de bom grado ou por esquecimento.