sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Apoca... Como se diz mesmo?


O mundo lá fora não perdoa a ninguém. A cada dia catástrofes espelham o que o Homem recusou-se a enxergar por toda a eternidade, relatam o mundo que todos preferiram não se preocupar, e pior, mostram a inutilidade do arrependimento que pôde inúmeras vezes ser evitado. Não há espaços para arrependimentos, não existe possibilidade de reverter cada beldade da natureza que foi menosprezada... O Homem terá de aceitar que máquinas, tecnologia, grandes cérebros mecânicos não reverterão conseqüências de suas mentes prepotentes.

Embora pertença a todos, o poder esteve nas mãos de poucos, um equívoco não só dos poucos, mas de todos que assim consentiram sem nada fazer. O mundo anda cada dia mais doido, famílias perderam a essência de seus laços, autoridades esqueceram-se de que governam um povo e não seus próprios interesses, a justiça expandiu seu significado no dicionário tornando-se “relativa”, os educadores não têm mais esperança... O mundo não tem esperança, o mundo perdeu o seu rumo.

Jovens não cogitam a idéia de maternidade e paternidade, temem por seus próprios futuros e não querem colocar mais um “número” no mundo para sofrer. Pois nada mais somos além de números de tragédias, “x” mortos ou feridos, “x” vítimas, “x” voluntários que se solidarizaram com “x” problemas que o mundo expande.

As placas tectônicas não terão piedade, os ventos raramente soprarão como leves brisas primaveris, as geleiras continuarão a derreter, Ursos Polares ironicamente se afogarão, espécies que evoluíram durante bilhões de anos serão extintas em um mísero intervalo, cidades acompanhadas de todos os sonhos utópicos serão tomadas pelas águas, não haverá um meio de esfriar o planeta, e se vidas nunca foram poupadas, agora o nunca será ainda mais cruel.

E agora mentes brilhantes? Qual grande invenção nos salvará?

Qual máquina será capaz de controlar a fúria que vocês subestimaram o poder?

Quantos bilhões generosos vocês exibirão com soluções?

Será a tecnologia tão extraordinária a ponto de criar um novo planeta?

Ou os incontáveis dólares investidos em pesquisas espaciais serão para nos levar para marte? Seria uma boa explicação para tanta lambança diante às pessoas que realmente necessitam de atenção.

Se o fim do mundo existe, eu não vejo hora mais propícia para citá-lo!
As marcas do Homem na natureza serão eternas, e não há nada que ele possa fazer para reverter a ponto de conseguir um possível perdão.

Mas quem poderia prever que o próprio “Ser racional” faria isto com o próprio lar?

“Mas pedimos calma! Não há motivo para pânico!”

“Medidas já estão sendo tomadas.”

“Uma conferência reunirá estudiosos e governantes para implantarem uma possível salvação.”

“Nosso partido promete investir em soluções eficazes para a salvação do planeta.”

Frases como estas tornaram-se comuns, tão comuns, que inúmeros “números” sentaram-se em seus respectivos sofás para exalarem um “É, tem que mudar mesmo.” Enquanto vedados e hipnotizados sob as cores da TV não conseguem enxergar que nada irá mudar, que assim continuará, e o pior, que 'os números' nada farão ou querem fazer.

Não se sinta sozinho mundo, pois seus discípulos estão perdidos assim como estás.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Start / continua...


Muitas pessoas me perguntam o ‘porquê’ de psicologia.
Eu percebi que no decorrer desses dois anos de curso aprendi alguns porquês, refleti outros, e mudei muitos...
Quando você quer entrar na faculdade e para pra refletir o que teoricamente vai ser sua profissão pro resto da vida, é muito importante ter em mente que assim como a vida muda, seus ideais também mudam, suas vontades, metas, seus medos, anseios, enfim, ainda bem que ninguém está livre da mudança, embora muitos acreditem que os dogmas são completamente internalizáveis, não se martirize por mudar sua escolha após determinado tempo de curso, isso pode acontecer, mesmo que você tenha entrado com a maior certeza do mundo.
E falando sobre isso eu descobri um dos inúmeros porquês da escolha pela Psicologia: A mudança dos Homens... Se eu não acreditasse nisso, provavelmente trocaria de curso, não faria o menor sentido olhar para uma pessoa e dizer que ela É de tal maneira, que ela SEMPRE vai ser assim, e que determinada ação deriva de sua personalidade imutável.
Duas palavras que me incomodam profundamente são comodismo e conformismo. Então, busquei nelas um outro grande porquê, ajudar as pessoas a enxergarem que determinadas condições muitas vezes se fortalecem porque estão conformadas e acomodadas, comodismo e conformismo não mudam o que incomoda, apenas acomodam ainda mais a tristeza e suas expansões, e dão uma força maior ao abominável dito popular: “Ta ruim mais ta bom”.
Aí vem outras questões, como escolha da área de atuação, escolha da linha e referencial teórico... Não sei, não estou nem na metade do curso, tenho muito tempo pra escolher, e quanto a linha, psicanálise, behaviorismo, fenomenologia, psicologia analítica, gestalt, enfim, todas, com visões diferentes, são direcionadas ao comum interesse da Psicologia: Buscar entender um pouco melhor o Homem e ajudá-lo com seus conflitos internos e externos, para mim ainda mais do que isso, ajudá-lo com esse entendimento, e tentar mostrar o que se pode mudar a partir dele .
Eu sinceramente acho essas dúvidas muito boas para a minha formação, porque talvez se eu entrasse com um objetivo específico, já com a escolha da área de atuação, não teria interesse em conhecer as tantas opções da minha profissão, e assim como observo em muitas pessoas que já entraram com essas idéias no curso, teria certos preconceitos com as áreas que não fossem de meu interesse, acredito que para escolher, devo conhecer MUITO bem o que vou abrir mão.
Eu ainda poderia citar outros porquês, minha paixão pelas pessoas (sem importância de idade, gênero, sexo, cor), minha vontade de ajudar, minha ansiedade em escutar, mas pra finalizar, um dos maiores porquês: O Respeito pelo outro.
O Respeito por aquele que sofre, mesmo que aquele sofrimento não represente nenhuma intensidade para mim, uma coisa que me marcou muito nesse pouco tempo de curso é que as vezes o mínimo para mim pode ser o máximo para o outro, e que eu não devo tirar nada de uma pessoa, por menor que essa coisa seja, se não tenho o que substituir no lugar, porque ‘o menor’ para mim, talvez seja tudo o que o outro tem.

[Continua, sempre.]