terça-feira, 31 de março de 2009

RomantISMO?


Quando pensamos hoje em Romantismo, vem-nos à mente algo suave, delicado e ligado ao amor, o que também não deixa de ser verdade. Mas a origem do movimento na Alemanha teve um sentido bem distinto: uma primeira manifestação romântica teve o nome de “Tempestade e ímpeto”, o que já sugere melhor a característica dessa sensibilidade. Trata-se de evidenciar a potência dos impulsos e forças da natureza, em muito superior à da consciência ou do homem como um todo. A valorização da natureza opõe-se, como algo mais original e verdadeiro, à civilização com suas regras, seus métodos e sua etiqueta.
O Romantismo toma os mais diversos aspectos, o que torna muito difícil a sua definição precisa, mas parece que ele regularmente representa uma crítica à modernidade e uma nostalgia de um estado anterior perdido.
Aquilo que na “fundação” da modernidade deve ser excluído do “eu” ou mantido sob o férreo controle do método parece agora invadi-lo. A razão é destronada, o método feito em pedaços e o “eu” racional e metódico é deslocado do centro da subjetividade e tomado agora como uma superfície mais ou menos ilusória que encobre algo profundo e obscuro.

Trecho do livro Psicologia uma (nova) introdução

:)

sábado, 28 de março de 2009

Rés...


No começo do fim, excluíram-se todas as fotografias, mensagens, músicas, tudo que pudesse de alguma maneira relembrar o decorrer da história. Porém, algumas coisas não se apagam tão facilmente, não conseguem simplesmente desaparecer, não existe uma formatação para tudo o que acontece. E com o passar do tempo, as fotos embora excluídas, alojam-se em um espaço da mente, e as mensagens voltam a aparecer como ilusão, acompanhadas daquela música, como se fosse uma crônica narrada com fundo musical.
A nossa mente não permite a desordem, não permite finais atípicos, conversas desnecessárias, brigas vãs... Tudo tem que ter um porquê, todo o fim tem que ter uma série de justificativas, quando isso não acontece, a impressão que se dá é a de que estamos presos a um fio elástico, e que embora andemos e andemos com a esperança de encontrar uma nova possibilidade, a qualquer momento o fio perderá a elasticidade e voltaremos sem nenhum controle a estaca zero, para um recomeço com aquilo que foi subitamente interrompido.
Agora, o que fazer para desamarrar de uma vez por todas esse fio e ainda assim continuar a seguir seguramente, sem aquela vontade de olhar para trás, sem a sensação de algo te impedindo de seguir?